Hi boss ! “Nececidades”
?
Disculpa boss esta
introdução e intromissão nos teus desabafados, palermas e sérios curtilhões; eu
não vivo assim ; sou pobre mas o meu cérebero continua, insistentemente, a
querer reflectir… Puta que pariu ; o meu
pensamento positivo tinha que emergir …
Mas reflectindo,
e pensando simultaneamente, (o que para si é fácil mas pr’a mim difícil pr’a
carago), lembrei-me – ao adormecer – de
V. Exa subitamente.
V.Exa. ganha num
dia o que jamais a população vai ganhar numa vida inteira ! Acha justo ?
Mas deixemo-nos
de tretas ; V. Exa. na qualidade que é a
sua de difundir/repetir tudo o que lhe foi regular e obrigatoriamente
transmitido pelas Embaixadas e Consulados de Portugal, pavoneia-se, armado em
defensor de todos os Portugueses por esse mundo afora e, enche a algibeira graças
ao trabalho de muitos, o que você nunca fez !
Pois é, pois é ;
sei do que falo pois já muito vivi com ignorantes apoiados pelos papas. agora,
se me o permite, dos funcionários que em consulados e embaixadas, dão o apoio
possível aos seus concidadãos. Tarefa complicada, sabendo que os utentes,
graças a politicas do passado, têm aumentado, que o numero de funcionários tem
diminuído, que a esses mesmos funcionários se tem cortado na remuneração,
suprimido dias feriados, aumentado a carga horária de trabalho, impostos…
Não, Senhor
Secretario de Estado, não estou a exagerar… Alias
V. Exa. Poderá
averiguar os factos junto do nosso Ministério dos Negócios Estranhos.
Aquela
fortaleza, expugnavelmente inacessível, é um Reino na Republica! E o rei é
sempre o Secretario-Geral.
Não considere
como ofensa o que lhe digo mas nem o Senhor nem os seus antecessores
conseguiram mandar naquele território que, subjugado ao poder divino mais não é
que uma “Republica do Penico de Prata”…
Vivo no
estrangeiro há décadas, sempre ao serviço do Estado Português, mas muitas vezes
tentaram fazer-me compreender que a minha actividade apenas servia para o bem estar
das Senhorias enviadas pelo M.N.E., sem critério que se discerne, com a vida
regalada que lhes permite auferir remuneração a rondar os 15.000 €uros/mês!
Acha V. Exa.
normal que se lhes ofereça tamanha vantagem económica quando o nosso Pais
atravessa tantos problemas ?
Não será de
decapitar algumas pessoas que nos sarilharam?
Que acha sr. senhor
secretario de estado ?...
Essas pessoas não são indispensáveis à prossecução dos objectivos que acredito
ser os seus e, muito modestamente, os meus.
Qual é esta Pátria
que se mobiliza para festejar o "Dia da Pátria" com a "festinha
das medalhas" e "heróis de alfinete" esquecendo as suas forças
vivas: as gentes que trabalham de verdade! Peço-lhe transmita a S. Exa. o
Presidente da Republica, por quem tenho admiração, que não esqueça nunca os
filhos de Portugal que, não obstante estarem longe da Pátria, não deixam de a
amar.
Voltando à questão que me move, dir-lhe-ei, Senhor Secretario de Estado, que na
minha longa carreira convivi com dois cônsules honorários, um cônsul, cinco
cônsules-gerais, dois embaixadores… Acredite que nunca foram indispensáveis
salvo rara e honrosa excepção…
Mas, vou
terminar esta missiva de receio de lhe roubar algum do seu precioso tempo. Se
escrevo a V. Exa. é para lhe dizer que estou revoltado. Depois de tanto ter servido
o Estado longe de Portugal, encontro-me doente e sem vencimento há um ano.
Acresce que nada
peço para mim. Peço-lhe apenas que se lembre dos meus Colegas (Brasil) que, em
situação muito difícil, continuam a bem servir Portugal.
27-05-2016
JoanMira
Coordenador-Técnico
ex-Vice-Cônsul
de Portugal