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Texto - A navalha do Mestre Marrafas

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Aconteceu ha quase 60 anos, mas ainda me lembro do bigode, do largo corpanzil do Mestre “Garrafas” como nos os putos lhe chamava-mos.

Estão a ver aqueles “pueblos” ensoleirados e poeirentos dos Far-West americano la para os lados da California ? Pois eu vivia com 7 ou 8 anos em Valverde (Alentejo) – parece um titulo  de filme western – mas é pura realidade.

A 5 ou 6 km era a estação  ferroviária do Tojal. E, aqui chegados, temos de volver ao Far-West. Aquele “aparadero” onde a locomotiva chegava quase sempre por volta das 10 horas, poucos ou nenhum passageiro trazia : trazia porem um tesouro que o meu padrinho ansiosa e semanalmente  ansiava.

A estacão era mesmo parecida com aquelas que a malta via nos filmes de cow-boys : Um grande barracão de madeira colocado entre as duas vias ; duas vias, qual quê? Duas vias poucos metros antes e outros tantos entre a estacão, depois era o normal : via única !

Se vos falo  do Tojal, é porque o meu padrinho tinha o seu “barracão” situado em frente da barbearia do Mestre “Garrafas”. No fim de semana no barracão havia sempre filmes e bailaricos que duravam até às tantas…

Os putos não eram “super-protegidos” como hoje em dia e, claro, aproveitavam, noite fora, para fazer traquinices… O Mestre Marrafas de vez em quando “aparecia” como a Virgem e a sua frase era sempre : “Já para casa seu gavião ; senão vai já uma tesourada”

17-08-2017


JoanMira