Ia eu muito apressado, de capacete brilhante,
na minha moto magnifica, de cor cinza e encarnada, vestido de fato e gravata
quando, sem que nada pudesse prever, na estrada molhada pela chuva
torrencialmente molhada, perdi o controlo da maquina… Aterrei no lamacento
vale, esborrachei o nariz na merdå – porque o capacete já se tinha ido –
Percebi e pensei depois de largos segundos atónito ; a primeira frase, se me
lembro bem, foi : “Puta que Pariu” !
Passava-se em maio de 1987 ; a minha pressa
tinha a ver com a taça dos campeões europeus em que jogavam Porto e Munich.
Mal erguido, vieram ter comigo vários
indivíduos no intuito, pensava eu, para me auxiliarem ; felizmente, a não ser o
fato borrado, estava ileso. Tudo bem portanto mas, sacudindo a terra que tinha
invadido o meu fato, aproximou-se um individuo assaz magro, de altura mediana,
que me interpelou com insultos num
francês que não podia disfarçar a sua
origem “tuga”. Arrogante mas sem poder físico, levou cinco murros nos olhos porque,
como compreende, estava deveras aborrecido…
A moto “pegou” e fiquei satisfeito, só que
cinco quilometros depois, manda-me parar a policia para um controlo de
alcoolemia rotineiro; durou alguns minutos e como a irritação não é detectada
naqueles aparelhometros, consegui chegar a casa para ver O F.C.P derrotar o
Bayern de Munich por 2-1.
18-05-2017
JoanMira