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4.3.18

TEXTO - Sonho lindo

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O silencio da manhã ; letargico, medonho no calor tardio de setembro ; prisioneiro em casa, estou surpreso mal encarado e soberbo.

Venci o meu medo ; só restavam caraquejos infernais la no fundo de tudo.

Latidos, um ou que outro silvado na maré do negro desespero… Ia para… Para onde ia ? Resolutamente caminhava ao acaso na noite escura.

Uivos, é gente, é seres, é vida !

E o silêncio branco deixava de ser noite.

Vou sem saber onde no meio duma floresta desconhecida mas aprazível ; o meu destino é tão incógnito quanto o chilrear dos passarinhos que, a esta hora já deviam estar a nanar no respectivo ninho…

Continuo sem tino, percorrendo bermas vegetais e não sei onde vai terminar o passeio.

Subitamente, depara-se-me um precipício, caio durante um tempo sem fim, e… acordo no meu quarto com a cama ao lado.

Pesadelo não ! Sonho bonito.

04-03-2018
JoanMira   

JoanMira - Assim porcos se refastelam ! - Texto


Conto : Branca de Lama vs Parolice autêntica.


Era uma vez – assim começam todas as lendas milagrosas – uma princesa chamada Filomena. De fino trato, de corpo uniforme, tipo saco de batatas, de cérebro vulgar, de maneiras manientas, viajava pelos países do mundo, usufruindo de largo vencimento e subsidio de representação que, no mundo em que vivemos, só é dado a certos afilhados, filhos dos filhos de quem não teve veleidade de os parir !

Mal a conheci, chegado há bem pouco do Rio de Janeiro, que logo imaginei que a sua prepotência não se iria dar nada bem com o meu também prepotente ensejo de justiça.

A senhora fez tanto e mais que o nosso relacionamento acabou em guerra civil concluída, "obviamente" com a minha colocação em licença sem vencimento…

E a senhora continuou sem fazer nada, usufruindo dos seus 15.000 €uros mensais.

Mais, como nada tenha feito, tampouco com ondas que podessem abanar com as “Necessidades”, foi promovida a Diretora dos Recursos Humanos …


Como se chama o cantor do “Deixa-me rir” ? Jorge Palma ? Sim, é esse !


Outra lenda da musica portuguesa cantou também : “Eu rio para não chorar”.

04-03-2018

JoanMira

3.3.18

Como são os senhores diplomatas ? - Texto

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Não  contêm o meu cérebro nem qualquer massa cinzenta e ainda menos obscura ; como todos os seres, por vezes - raramente – utilizamos a dita caixa, que alguns teimam em chamar-lhe cornal, para nos apearmos , enquanto é tempo, do comboio que nem ao inferno conduz.

Vivemos sem temor da cobardia que nos assiste ; por vezes, num raio, visualisamos a pobre condição humana…

Nem me queria sequer referir a André Malraux. Conquanto seja um reconhecido intelectual não me aparento a ele.

Então, orgulho indevido, vaidade parola ? …

Nada disso ; na vida que levo foi-me dado muitas vezes conviver com seres de alto gabarito e com outros, humildemente parecidos comigo.  

A minha parca inteligência não me permite estabelecer uma lista dos bons e dos outros…

Mas, já agora, percorrendo o passado, que na minha vida profissional começou a 2 de Novembro de 1976, lembro-me sem querer do meu primeiro chefe : o cônsul Ruy Leitão ; um senhor reconhecido por todos.

Depois, veio o Pinto Machado, um louco sobre o qual não me vou agora atardar…

Num período em que estava prestes a morrer, chegou a Conceição Moreira. Nem sequer me foi visitar ao hospital ; ganhava o seu “indevido” fazendo crochet em casa e pedindo ao escravo que a fosse representar a qualquer convite…

E então chegou a mais caricatural de todas ; a Manuela Ruivo ; conhecida pela ruiva de ma pelo ; chegava ao consulado em gritos, ralhava com os emigrantes (perdão, portugueses residentes no estrangeiro) e saia do consulado a berrar ; foi chamada a Lisboa mas mesmo assim continuou a servir-se do consulado e alguns lacaios até que fui obrigado a “despedi-la”.

E em seguida…


Será para um próximo post. 

03-03-2018
JoanMira

1.3.18

France : l'immense bordel - Texte


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Quelques centimètres ont suffi. La chute de neige, annoncée depuis longtemps, n'en était que plus prévisible mais, comme d'habitude, beaucoup de gens se sont fait prendre au piège.

Ecoutez les porte-parole des "autorités" : "toutes les mesures ont été prises, nous avons mobilisé toutes les ressources humaines et matérielles, tous les postes de commandement étaient en alerte, et... patati et patata, etc, etc, etc..."

Devant ces déclarations ignares nous serions prêts à sourire si il n'y allait pas mise en danger de la vie de beaucoup de personnes ; Montpellier: «J’ai cru qu’on allait mourir», raconte une naufragée de l’A9.

Ce n'était qu'une chute de neige mais, comme habituellement, le chaos s'est installé en France ; un pays qui n'hésite jamais à donner des leçons à tous les états du monde...

Des trains ont été immobilisés, des automobilistes sidérés ont emprunté des autoroutes impraticables faute d'avertissement qu'ils allaient y être bloqués ; la plupart y sont restés toute une nuit et partie de la journée sans aucun secours de la part des autorités ni des responsables du "jack-pot autoroutier" !

Ca c'est la France, un pays dit civilisé qui tombe dans un merdier sans nom dès que les circonstances météorologiques deviennent un peu moins favorables.

Nous aurions presque envie de comparer les époques : l'actuelle et celle où, dans une pagaille innommable, elle a subi l'invasion d'assassins organisés...eux !

01-03-2018 
JoanMira 

25.2.18

Texto - E a minha tia Celeste cantava o Fado - 1957



Naqueles belos anos todos cantavam ; o João Maria Tudela, a Emissora Nacional, o Rádio Clube… Beatriz Costa, Maria de Lurdes Rezende…e quando cansados de tanto cantar na Rádio, vinham alguns reclames tipo, “Tide a lavar e eu a descansar”… E chegava, enfim, o que mais ansiávamos: Os Parodiantes de Lisboa! “Patilhas e Ventoinha” marcaram para sempre a minha meninice…

Televisão, Internet, tecnologias que hoje nos são habituais, nem sequer imaginar…

Telefone não existia para a nossa classe; íamos a casa de uns e outros sem prevenir nem hora marcada; éramos recebidos com a naturalidade dos familiares bem-vindos…

De quando em vez, ouvia-se cantar o fado; por vezes numa rara telefonia… Mas, na maioria dos casos, eram vozes bem conhecidas; a minha tia Celeste era uma delas!

E eram as incessantes corridas entre putos; partiam da avenida da Bélgica, davam a volta ao quarteirão, passando pelo Beco da Adega e, por vezes, atravessavam a “avenida” sem automoveis. Cruzavam por vezes velhas carrossas com rodas em “cauthcu” que as tornavam um pouco mais silenciosas.

Ao fim do dia, quase ao anoitecer, era tempo de começar as partidas: tocar às campainhas, atirar lixo contra as montras, desafiar capicuas (guardas republicanos a cavalo), levar de “cavalo marinho” para alguns, “curtir” como se diz hoje em dia.


Foi a minha meninice no Barreiro; tinha então todos os seres amados, entretanto desaparecidos, de que tenho todas as saudades do Mundo!


Bordeaux, 25 de Fevereiro de 2016
JoanMira

24.2.18

Texto - Desabafo

Não tenho muitas ideias e , quando é o caso, também sei pouco como exprimi-las.


Resta-me, porém, algo que me foi dado desdo o berço...

Penso ser humano e nada mais; mas ha coisas que meu pai me ensinou : nunca vergues perante os poderosos mas sê sempre amigo dos pobres.

Muitos pensam conhecer-me; homem de cultura, por vezes violento… Já agora!... Nada sou que um humilde membro da "vera" raça humana; subsisto neste mundo cada vez mais porco e destroçado porque a ele cheguei sem qualquer veleidade.

Não sou o que sou nem o que poderia ser; mas a parca inteligência e a pouca força que me resta ainda é mais do que suficiente para danificar todo e qualquer badameco.

Eu que até aprendi a exprimir-me de forma diplomaticamente elegante, i.e., falando sem nada dizer...

Sou filho de gente humilde, entendi o socialmente correcto; aprendi, dentro de muitos gabinetes como se deve ser hipocrita ! Muita porcaria humana me foi dado a conhecer. “chefes” de pouca envergadura; almoços chiques em que depois de alguns copos já se mandava tudo para o c@ralh#...

Pouco me interessam as apreciações excelentes que tive na minha vida profissional. Por ter sido bom funcionário estou ha varios meses sem salario enquanto "doutorzecos" se embebedam com o nosso dinheiro .

Dito isto e para terminar, por agora sem ter dito qualquer palavrão que, não raramente me caracteriza, vão todos os diplomerdas (menos alguns que tive o prazer de citar noutros post’s) para a PQP!!!

24-02-2017
JoanMira

23.2.18

Texto - A revolta do povo brasileiro





Segundo o jornal “O Globo” “A descrença nas instituições pode estar por trás das manifestações de violência e de crimes bárbaros que têm ocorrido” no Brasil . E vem, com “pareceres” científicos, malabaristas e algum cinismo, sustentar a encomendada tese com sondagens, percentagens e “dados preliminares” de um estudo do Núcleo de Pesquisa em Políticas Públicas da Universidade de São Paulo… Da-sse!...

Apetece-nos dizer, nos que somos ateus graças a Deus e que nos valha a Senhora do São Cri calho!

Descrença nas instituições?!

Mas que por grande bátega nos tentam regar com eufemismos bacocos?

Na realidade, no Brasil como em qualquer parte do mundo, as populações fustigadas acabam quase sempre por se revoltar, inexoravelmente.

Não conheço o Brasil; apenas vivi parcos tempos (de privilégio) em Copacabana; dessa efémera passagem restam lembranças lindas do Povo que descia das favelas para se juntar com jovialidade, amabilidade e alegria aos “gringos”, na praia;

“Povo brasilêro não é violento, não!”; é “aberto”, comunicativo e amigo…

E quando por vezes “bêbe djimaiz”, dorme no passeio sem cobertor apenas resguardado pela fé inenarrável que preside a todos os actos do seu dia-a-dia.

Uma simples pergunta para concluir: você tornar-se-ia violento se o seu salário fosse de 200 €uros por mês? Se a consulta a um médico especialista fosse quase do mesmo montante? Se não tivesse acesso a uma simples habitação “legal” fora da favela? Se o deixassem morrer à porta do hospital cheio de doentes “acamados” no chão dos corredores? Se visse o seu Pais gastar rios de dinheiro com estádios de futebol à só gloria da FIFA? Se tivesse consciência que os seus representantes políticos fossem na grande maioria corruptos?

O que faria? Rezava à Senhora do São Cri Calho… como fazem os Portugueses com a “virgem” de Fátima?

Não queremos dizer com isto que se enverede pela violência como fazem alguns brasileiros desesperados. Nada disso. Apenas queremos compreender o porquê da “descrença” nas instituicões.

Bordeaux, 09 de maio de 2014
JoanMira