Não contêm
o meu cérebro nem qualquer massa cinzenta e ainda menos obscura ; como todos os
seres, por vezes - raramente – utilizamos a dita caixa, que alguns teimam em
chamar-lhe cornal, para nos apearmos , enquanto é tempo, do comboio que nem ao
inferno conduz.
Vivemos sem temor da cobardia que nos assiste
; por vezes, num raio, visualisamos a pobre condição humana…
Nem me queria sequer referir a André Malraux.
Conquanto seja um reconhecido intelectual não me aparento a ele.
Então, orgulho indevido, vaidade parola ? …
Nada disso ; na vida que levo foi-me dado
muitas vezes conviver com seres de alto gabarito e com outros, humildemente parecidos
comigo.
A minha parca inteligência não me permite estabelecer
uma lista dos bons e dos outros…
Mas, já agora, percorrendo o passado, que na
minha vida profissional começou a 2 de Novembro de 1976, lembro-me sem querer
do meu primeiro chefe : o cônsul Ruy Leitão ; um senhor reconhecido por todos.
Depois, veio o Pinto Machado, um louco sobre o
qual não me vou agora atardar…
Num período em que estava prestes a morrer,
chegou a Conceição Moreira. Nem sequer me foi visitar ao hospital ; ganhava o
seu “indevido” fazendo crochet em casa e pedindo ao escravo que a fosse
representar a qualquer convite…
E então chegou a mais caricatural de todas ; a
Manuela Ruivo ; conhecida pela ruiva de ma pelo ; chegava ao consulado em
gritos, ralhava com os emigrantes (perdão, portugueses residentes no
estrangeiro) e saia do consulado a berrar ; foi chamada a Lisboa mas mesmo
assim continuou a servir-se do consulado e alguns lacaios até que fui obrigado
a “despedi-la”.
E em seguida…
Será para um próximo post.
03-03-2018
JoanMira