Ajustou os colarinhos, saltou da porta para o parco horizonte, enrolou um cigarro e ficou-se a passear diante da sua casa. A casa que “sozinho” construira ; as arvores alongavam as sombras possíveis da luz que se coava esbatida, amaciada em tons pálidos , numa penumbra recolhida.
Alheios , os passarinhos chilreavam . Até corvos se atreviam a passar perto da sua sombra…
As acácias erguiam as suas folhagens inertes, ainda sedentas do orvalho que, pouco a pouco, se desanuviava na gélida serenidade da manhã de inverno.
Sobre a agua ainda imóvel e aplanada do riacho, espelhando palidamente as verduras da natureza, nadavam solenemente gringas criaturas da superfície.
Paisagem idílica sem duvida, mas para o Homem era o começo da dura faina…
26-03-2018
JoanMira