O silencio da manhã ; letargico, medonho no calor tardio de setembro ; prisioneiro em casa, estou surpreso mal encarado e soberbo.
Venci o meu medo ; só restavam caraquejos
infernais la no fundo de tudo.
Latidos, um ou que outro silvado na maré do
negro desespero… Ia para… Para onde ia ? Resolutamente caminhava ao acaso na
noite escura.
Uivos, é gente, é seres, é vida !
E o silêncio branco deixava de ser noite.
Vou sem saber onde no meio duma floresta desconhecida
mas aprazível ; o meu destino é tão incógnito quanto o chilrear dos passarinhos
que, a esta hora já deviam estar a nanar no respectivo ninho…
Continuo sem tino, percorrendo bermas vegetais
e não sei onde vai terminar o passeio.
Subitamente, depara-se-me um precipício, caio
durante um tempo sem fim, e… acordo no meu quarto com a cama ao lado.
Pesadelo não ! Sonho bonito.
04-03-2018
JoanMira