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28.12.16

Texto - Miséria, luxo e corrupção

Se Portugal, com os seus 10 milhões de habitantes, apenas consegue oferecer um salário de 500 €uros aos seus diplomados, se ainda por cima (neste caso por baixo) tem cedido ao ultimato de troikas, Banco €uropeu, FMI… e tantos outros agiotas, se incentiva os jovens a “ir ganhar experiência para o estrangeiro”, se organiza o desemprego para que, segundo as sacrossantas regras do liberalismo, o preço do trabalho seja cada vez menos oneroso para os patrões, se se alheia do destino dos seus idosos, jovens, reformados, doentes… Cabe-nos colocar uma questão essencial: a que servem aqueles que elegemos para dirigirem os destinos do Pais? 

Todos sabemos que o capitalismo tem um só e único objectivo: permitir que peritos permanentes em “trafulhices” e outros gatunos acumulem fortunas em detrimento e através da submissão dos escravos dos tempos modernos: os trabalhadores.

O escritor francês Emile Zola retrata com realismo e talento, de forma premonitória, os mecanismos do capitalismo, no fim do século XIX, através da descrição da Bolsa e seus agentes, no livro “L’argent”.
  
Já nesses tempos era assim: o Povo trabalhava e os abutres constituíam imensas fortunas à custa da imensa maioria que labutava e sobrevivia na miséria...

Entretanto,  a Sociedade foi-se organizando para constituir um contrapeso social à voracidade do capital, através de leis que, progressivamente,  foram devolvendo alguma justiça aos humildes… E instaurou-se a Democracia.

Mas actualmente que nos resta do progresso social? Após 40 anos sobre a “Revolução da Esperança”, resta-nos tentar reconfortar os sobreviventes e observar a raiva crescente de muitos  espoliados pelos raros e pouquíssimos "Donos" da Nação!

Governantes presos, outros a caminho da jaula, banqueiros vigaristas, gatunos que nos retiraram uma vida decente, o pouco que ainda não roubaram a Portugal também não vos pertence…

Restituam rapidamente os bens que ao Povo pertencem sem esperar que um dia, tarde ou noite alguns mais destemidos façam justiça.

Em vésperas de Ano Novo desejo a todos os Amigos melhor e feliz vida.

28 de dezembro de 2016.

JoanMira