"Um treinador é como um pintor. (...) Já contei esta história da Paula Rego: estive uma vez numa exposição e ela dizia-me a mim e às outras pessoas que era uma figura que se chamava Maria e que estava a chorar; 'ah está a chorar?' não via nada... mas ela sabia que estava a chorar. É como o treinador."
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20.9.16
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2.9.16
31.8.16
Texte - Vacances - "Ils" sont de retour
La famille Dumartin s’est
levée à 4 heures du matin afin de faire le voyage à l’envers.
Les parents ont réveillé
les gosses à peine endormis, rêvant encore de soleil, piscine, plage, copains…
et sans ménagement, les ont ligotés aux sièges arrière de la
« citröen-peugeot » diesel.
Ca c’est bon, la bagnole française
qui ne coûte rien : assurance, pièces pas cher, et les voleurs qui n’en
veulent pas ! Le bonheur…
Ah, s’il n’y avait pas
ces putains de péages d’autoroutes…
Mais bon, les Dupont et les
Ducasse vont être obligés de payer aussi ; à cette idée leur cerveau
s’illumine d’une intense extase. Eh oui, ces peigne-culs, avec qui ils ont fait
tous les beauf-apéros au camping, paieront aussi !
Eh oui, c’est bien fait
pour leur gueule ! "T’as vu la tête du leur fils Ducasse qui draguait
Nadine? Ah il ressemblait bien à ses parents le petit merdeux !"
Peu à peu et très
lentement – embouteillage oblige – ils s’approchent de leur destination, de leur destin.
Mais d’abord faire les
courses au milieu de toutes les têtes d’enterrement…
Et après une dernière
engueulade livrée aux caissières du supermarché, des échanges de mots d’oiseau
avec d’autres automobilistes, Henri et Ginette arrivent chez eux.
L’endroit où ils vont devoir
trimer comme des malades toute une année pour pouvoir "l’an
prochain" repartir s’emmerder en emmerdant les autochtones.
22-08-2015
JoanMira
30.8.16
Texto - Sem dentes
Mas
quando acontecer a chacina, sem "ondes" nem "comos" mas com um "quando" maiúsculo,
decerto não vai haver voluntários para uma
justa perda de dentes inevitável!
Sem dentes, sem cabeça, sem cérebro…Nada!
No momento fatídico todas as luzes se apagam; deixam de existir "ais
Jesus", “credos” ou "nossas senhoras"!
Réstias de luz ainda tentam uma ténue iluminação das tormentas mas é tarde
demais…O seu desespero vai morrendo à meia luz enquanto nascem as nossas esperanças.
Com dentadura podia-se sorrir ou comer alimentos consistentes; com a
mesma, branca e de boa qualidade, podiam-se ocultar frustrações e hipocrisias;
até se podia ser diplomata; é que a dentuça sempre teve relevância
nas relações humanas.
Por isso aconselhamos a alguns que dela tenham cuidado,
não vá um
vento infeliz ser acusado da sua privação.
O “Bolero”, de Ravel, gera no espírito uma obsessão linda; e na
complexidade dos pensamentos, paz, harmonia, caos e violência estão
interligados.
No espírito humano muitos sentimentos se confrontam: o adquirido positivo
regula a vida em Sociedade, mas o instinto crocodiliano pode sobrepor-se por
vezes. Amor e ódio são irmãos gémeos.
Sim,
neste Mundo a "galheta" tornou-se num começo cada vez mais
fundamentalmente necessário como argumento face aos que roubam descaradamente o
Povo; este tão somente sobrevive numa Sociedade decadente que outorgou aos
primeiros o direito de enriquecer dolosamente cada vez mais, atribuiu aos
mesmos cargos directivos e/ou governativos em detrimento de qualquer lógica num
hino à incompetência!
Tinhas
razão Otelo Saraiva de Carvalho.
21-03-2014
JoanMira
29.8.16
25.8.16
Texto - O fim do caminho
Quando tiveres percorrido todo
Aquele caminho, estiveres exausto,
Que os pés, o corpo, a alma te doam
Soh estarahs no inicio da grande viagem
Que te levarah, talvez, à felicidade.
O questionamento da existência estarah
Sempre presente na minha mente: viver!
Tão pouco tempo... Deixar os entes queridos
Sem ter tido tempo de os conhecer...
Frustração que nos conduz ao fim da existência...
---
L'irascibilité de l'existence vous conduit
Aux Pensées enchantées du poète:
J'ai senti le frisson de Ferré, Aragon, Ferrat,
Et je crois avoir compris leurs sentiments.
Mourir n'est pas mourir quand en absence de
Signes traditionnels le corps, en état second,
Ne réagit plus à nos divines suppliques.
L'on dit alors que la vie s'en est allée.
Je crois aux vertus de d'esprit: ces prémices
De la quête du bonheur et du cheminement du
But jamais atteint qu'est la Plénitude...
Place à la a vraie vie; l'absence se transforme en
Esprit de connaissance et lumière et en
Avènement fondamental de l'Être.
Et, semble-t-il, la continuité éternelle perdure
Au-delà des temps i mémoriels.
Douce, reconnaissante, bienveillante
A des années lumières de toute souffrance.
JoanMira
24.8.16
22.8.16
Texto - Historias da Emigração - "O Rilha-Cacos"
"Rilha-Cacos"; assim era conhecido naquela comunidade portuguesa de França para onde, nos anos 70, parece ter emigrado toda a população do concelho de Amares, do distrito de Braga.Amadeu era seu nome; minhoto, claro, do concelho de … Amares.
Era um homem de baixa estatura, franzino, cabelo negro e bigodaça farfalhuda; soube que fugiu de Portugal apos ter cometido a "proeza" de esfaquear o cunhado Pinto “à falsa fé”; o Amadeu, era, pois, um homem perigoso porque desprovido de coragem.
Naquela cidade pacata do sul de França, o Amadeu quis perpetuar a sua bélica lenda, provocando toda e qualquer pessoa que passasse ao seu alcance; mas aquela comunidade de portugueses da “construção”, gente trabalhadora, honesta, habituada aquela justiça dita de Fafe, não achou graça nenhuma aos talentos do provocador; e não era raro o dia (noite, antes) que o Amadeu não “embrulhasse” e chegasse a casa com o corpo e a cabeça amolgados.
Levava sovas de meia-noite, mas não tinha emenda e, no dia seguinte, estava pronto para outra… Como se nada tivesse acontecido, resmungava, de dentes cerrados, e acabava por arranjar sarilhos, debaixo de estado tão etílico que nem sentia a porrada. Foi dessa atitude resmungona e bélica que lhe ficou a alcunha de “Rilha-Cacos”.
Um dos muitos episódios das sua séries teve como protagonista o meu pai; português honesto, rude, trabalhador e do sul, ao volante do seu “Panhard” cor de laranja, cruzou casualmente, um dia à noite, as imediações do “Rilha-cacos” pilotando, bêbado claro, a sua velha motorizada. Não sei porque carga de água, o Amadeu quis que lhe saísse a rifa; mas certo é que se ouvia lindamente a algazarra dos seus berrosr; olhava para o meu pai que mantinha um fleugma todo britânico ignorando as vociferações.
Era uma noite de gélido luar; as estrelas tiritavam e a pouca sorte espreitava o “Rilha-Cacos”; obrigado a parar no “fogo ruge” (semáforo), revejo a cena: de fora os insultos e obscenidades aumentavam… e o meu pai, puxando o travão de mão, saindo lentamente do carro, sem uma palavra… Advinhava-se repentino e violento temporal...
E... subitamente um chapadão tremendo ecoou na noite serena; motorizada para um lado, Rilha-Cacos” para o lado oposto… Meu pai de novo sentado ao volante, com toda a calma do mundo, sem nada dizer, rumando a casa…
Andorra, 12 de Setembro de 2011
JoanMira
Era um homem de baixa estatura, franzino, cabelo negro e bigodaça farfalhuda; soube que fugiu de Portugal apos ter cometido a "proeza" de esfaquear o cunhado Pinto “à falsa fé”; o Amadeu, era, pois, um homem perigoso porque desprovido de coragem.
Naquela cidade pacata do sul de França, o Amadeu quis perpetuar a sua bélica lenda, provocando toda e qualquer pessoa que passasse ao seu alcance; mas aquela comunidade de portugueses da “construção”, gente trabalhadora, honesta, habituada aquela justiça dita de Fafe, não achou graça nenhuma aos talentos do provocador; e não era raro o dia (noite, antes) que o Amadeu não “embrulhasse” e chegasse a casa com o corpo e a cabeça amolgados.
Levava sovas de meia-noite, mas não tinha emenda e, no dia seguinte, estava pronto para outra… Como se nada tivesse acontecido, resmungava, de dentes cerrados, e acabava por arranjar sarilhos, debaixo de estado tão etílico que nem sentia a porrada. Foi dessa atitude resmungona e bélica que lhe ficou a alcunha de “Rilha-Cacos”.
Um dos muitos episódios das sua séries teve como protagonista o meu pai; português honesto, rude, trabalhador e do sul, ao volante do seu “Panhard” cor de laranja, cruzou casualmente, um dia à noite, as imediações do “Rilha-cacos” pilotando, bêbado claro, a sua velha motorizada. Não sei porque carga de água, o Amadeu quis que lhe saísse a rifa; mas certo é que se ouvia lindamente a algazarra dos seus berrosr; olhava para o meu pai que mantinha um fleugma todo britânico ignorando as vociferações.
Era uma noite de gélido luar; as estrelas tiritavam e a pouca sorte espreitava o “Rilha-Cacos”; obrigado a parar no “fogo ruge” (semáforo), revejo a cena: de fora os insultos e obscenidades aumentavam… e o meu pai, puxando o travão de mão, saindo lentamente do carro, sem uma palavra… Advinhava-se repentino e violento temporal...
E... subitamente um chapadão tremendo ecoou na noite serena; motorizada para um lado, Rilha-Cacos” para o lado oposto… Meu pai de novo sentado ao volante, com toda a calma do mundo, sem nada dizer, rumando a casa…
Andorra, 12 de Setembro de 2011
JoanMira
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