"Os indios da Meia-Praia"
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19.6.20
Musica - Audio - Adriano Correia de Oliveira : "Trova do tempo que passa"
"Trova do tempo que passa"
Texto - "Vida dum cabrão"
Olhe bem, preste atenção, isto
é parecido com a vida dum cabrão. Depois de todas as desgraças que
tenho tido, até os passaros me não pouparam...
Tinha uma nespereira linda,
carregadinha de nesperas gostosas e, ontem de manhã pensei ir
apanhar algumas ; mas quando cheguei à arvore : Nada !
Os sacanas dos passaros tinham limpado tudo !
(As amoras não foram eles
porque elas ainda não estão maduras ; mas por precaução a
arvore vai ser eliminada em tempo).
Em relação às nesperas,
pensei para comigo : isto não fica assim !
Logo contratei uma empresa que
esta tarde me veio arrancar a arvore !
Retaliação ? Sim !
19-06-2020
JoanMira
18.6.20
Texto - Historias vividas na Emigração (5) Os Portugueses no desporto em França
Sempre gostei de desporto e, durante 17 anos competi a
nivel regional. Primeiro jogando rugby, que nesta região de França
é o desporto mais popular. Consegui o feito de ser campeão regional
com a equipa francesa de liceais do U. S Dax...
Depois, como Português de que sempre me reclamei, fui
membro creador do Desportivo Português de Dax ; fui secretario,
jogador e até, por vezes treinador.
A aventura durou 10 anos com o Desportivo, menos um, em
1976, onde joguei pelos Estrelas Portuguesas de Bayonne... com o
Antonio Mafra, o Pardal vindo da segunda divisão da Oveirense, e
muitos colegas habilidosos que hoje teriam, concerteza lugar em
planteis profissionais em Portugal.
Mas, voltemos ao Desportivo de Dax ; ganhamos 3
campeonatos regionais e muito sofremos para o conseguir. Na altura,
estamos a falar no inicio dos anos 70, os franceses ja eram...ia
dizer racistas...mas prefiro o termo « burros, parvos e
cretinos ». Iamos jogar até 200 km a aldeias improvaveis donde
os indigenas nunca tinham saido e, ver uma equipa com sucesso,
formada unicamente de Portugueses era como se lhes arrancassem os
poucos dentes que tinham...
Consideravam-nos como agressivos, sabendo que eles
jogavam à bola com mais técnica colectiva mas deixavam de parte um
elemento essencial no futebol que é igualmente necessaria : a
energia fisica.
Um dia em que estava lesionado ou castigado, tive a
oportunidade, estando na bancada ao lado do Amadeu « Rilha-Cacos »,
de observar esta cena fabulosa ; o jogo não estava a correr bem
para as nossas cores e os franceses gritavam, exultavam e ofendiam os
nossos jogadores. Vi o Amadeu esbaforido apontando o dedo a um adepto
francês que fazia o dobro da sua altura e peso a condizerrn, e no
seu francês primario e literal : « Olha, mets toi à
baton parce que t'es ici t'es à manger ! (o que pretendia dizer
na tradução literal ; : olha tas aqui, estas a comer. »
Claro que o jogo acabou – como quase sempre - em
batalha campal, onde o Amadeu ainda teve a satisfação de fzer o
gosto ao
dedo !
18-06-2020
JoanMira
17.6.20
Texto - Historias vividas na Emigração (4) : "O Pereira e o orçamento bizarro"
O meu saudoso Amigo Fernando
Pereira, que apesar de não ter ido à escola era uma pessoa muito
culta, dotado de uma inteligência extraordinaria e de um fisico
invejavel, de grande estatura, de aspecto jovem apesar dos 50 anos
passados, garantia assim inumeras conquistas femeninas...
So que, tendo falido na sua vida
profissional, precisava de dinheiro para sobreviver (não raras vezes
o ajudei...). Mas pensei ter encontrado uma solução, se bem que
provisoria, lhe podia garantir alguns tostões.
« Olhe là, oh Pereira,
temos uma pequena obra no consulado, que consiste em renovar o mastro
da bandeira nacional que, com o tempo, esta de facto a ficar feio de
mais... Não se quer candidatar com um orçamento ? »
« Olha, tudo o que vier à
rede é peixe, comentou » com o seu sotaque arrastado de S.
Vicente de Fora de Alfama, misturado de expressões espanholas
adquiridas durante alguns anos, depois de se apaixonar por uma Julia
ibérica (o verdadeiro e grande amor da sua vida).
Passados uns tempos, la vem o
Pereira ao consulado transportando um orçamento que cabia num
pequeno espaço de uma folha A4...
Todo orgulhoso estende-me o
papel manuscrito e, mal o li, desatei às gargalhadas... O Pereira,
atonito não compreendia o porquê da risota...
Dizia o escrito :
- « lixar o mastro... x
- limparlo... x
- Desenferrujar o mesmo... x
- Pintarlo... x
- Total do presupuesto... xxx."
… O leitor agora até entende
melhor porque ambos ficamos a rir durante anos deste episodio
memoravel.
Ah, importante é que o Pereira
ganhou a adjudicação do « concurso » e que durante
muitos anos nos rimos com a historia do « desenferrujar o
mastro ».
18-06-2020
JoanMira
Musica - Audio - Adriano Correia de Oliveira : "Menina dos olhos tristes"
"Menina dos olhos tristes"
16.6.20
23.5.20
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