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27.1.17

Texto - Tudo muda?

Tudo muda? Não me apercebo; chamam-me louco porque nunca hesito em dizer o que penso a quem quer que seja, muitas vezes em meu detrimento…

Não muda, porém, a miséria, não mudam os parasitas, não mudam tampouco as estúpidas ideias politicas de referência aos "mercados", não muda a vontade de os homens prevaricarem, não mudam as tradições bacocas que dos nossos avos já vêm, não mudam as crenças religiosas e superstições alimentadas por vigaristas para continuarem arbitrariamente a submeter o Povo às suas aldrabices.

E se um dia a Justiça fosse para todos? Se todos tivessem o direito de viver sem se encontrarem constantemente poluídos com a necessidade de possuir? Se deixasse de existir a preocupação de se adquirirem bens e serviços para que a vida deixasse de ser um inferno?

Se o parco tempo da nossa existência estivesse virada para o lazer? Nada na nossa consciência impede o prazer; contemplar uma paisagem magnífica, dedicar os tempos livres à família, aos amigos, ao divertimento…! Quem inventou que o ser humano apenas se realiza através do trabalho? Que aberração!

Mas, objectarão os privilegiados, quem vai pagar tudo isso? A resposta é óbvia: a repartição dos encargos entre todos, ao invés do que até agora tem acontecido; só que aquela pequena minoria abastada não quer! E nos não queremos que eles não queiram!

Que Pais é este onde os políticos enriquecem no Poder? Fazem obscuras negociatas, servem-se da Nação em vez de a servirem! Pôrra, apetece-nos dizer aquela genuína e linda expressão brasileira: “Puta que pariu! .... Coelhos, Portas, Jardins e muitos outros continuam a rir-se à nossa custa…

Será que ser de esquerda ou de direita já nada significa? Será que o Povo tem razão quando se demite do direito de voto porque "botar" nuns ou outros é sempre a mesma coisa? Será que nos vão levar a duvidar da democracia? Será que o ego dos políticos se pode sobrepor ao interesse comum? São tantas as questões...

Lembro-me de uma frase do meu pai, trabalhador que sempre foi, tendo contribuindo,"no duro" como tantos operários, para que lá de cima do avião se possa ver a paisagem linda de Portugal. Lembro-me do que ele dizia, exausto, ao chegar a casa: "isto só s'endereita duma manêra..." E a frase era quase sempre a mesma: "Pôr esses malandros engravatados a trabalhar”

27 de Janeiro de 2017


JoanMira