E então, o homem simples, apaixonou-se pela complexada Filomena.
Na sua juventude ingressou naquele sociedade singela, sem qualquer
necessidade de o fazer, porque a sua vida profissional estava excelentemente bem
traçada. Mas julgou que tinha mais possibilidades ainda de emergir rapidamente, e que seria feito jus às
capacidades que julgava ter.
Foi sujeito a teste e começou a prestar serviço há mais de 40
anos.
Trabalhou sem horas, sem sábados nem domingos, estudou, informou-se,
prestou-se a todas acções de formação e, rapidamente, foi considerado como
elemento excelente pelos seus superiores hierárquicos, tendo obtido sempre
“nota excelente” no seu desempenho por parte dos mesmos.
E os dias, meses e anos foram passando…
Os chefes foram mudando mas, quanto a eles, nada de novo; Salvo raras excepções, todos se mostraram incapazes, dissimulando a sua incompetência
através de comportamentos em geral atribuídos a doentes mentais em fim de ciclo…
Voltaremos proximamente a todos esses “casos clinicos” em pormenor.
Enquanto isso, o Mira supria a incompetência dos seus superiores e
dirigia, de facto, a empresa.
Não só aturava os seus complexos como os substituía nas suas funções.
Existem casos em que os teve de levar ou ir “retirar” ao hospital!
E então, pensa o leitor, qual é o propósito de tanta prosa?
Lembra-se do titulo desta publicação?
Resume-se a isto: a Filomena, vendo que o seu amor não era
correspondido, decidiu despedir o Mira, colocando-o na situação de licença sem
vencimento! I.e. ao cabo de 40 anos de bons e leais serviços, o servo
encontra-se na situação de mendigo... sem salário.
O povo diz: “ca se fazem, ca se pagam”. Não sei se será assim; penso,
porém, e rogo pragas para que assim seja e que aquela senhora seja eternamente supliciada nas
chamas do inferno.
Acabou a paixão, viva o ódio eterno e a luta (que continua, claro)!
25-11-2015
JoanMira