São tantos os "anos novos", desde que me lembro, que não tenho mais ilusões… a “passagem do ano”, como dizíamos na altura, era um momento magico de sinceridade; deitavam-se pratos, tachos, panelas pela janela afora, e la em baixo ninguém se feria prevenido que estava que era assim…
O Povo continuava pobre mas não era ainda miserável!
E era uma época em que os valores da família estavam acima de tudo, com todos os seus componentes mais valiosos. Isto até parece que se esta a falar de uma equipa de futebol ; mas é a realidade vivida e saudade ainda hoje recordada…
Eu jogava à defesa, e não “piava” porque tínhamos “maestros” que mandavam.
António Mira, meu pai e artesão habilidoso, de coragem até dizer basta, meu tio Armentier, excelente e colérica pessoa, meu padrinho Chico Boazinha, a sua bondade e os seus “cinemas ambulantes” Ti Zé Gandum, e a sua musica tubatica e… tantos outros que não consigo citar mas que permanecem na memoria dos meus anos de criança.
Hoje é mais um Ano Novo com muitas lembranças mas sem atores.
Feliz Ano.
Rio de Janeiro, 31 de Dezembro de 2012.
JoanMira