Hoje venho aqui contar a triste história de um
adolescente Português emigrado.
A sua meninice foi passada em Portugal. Tratava-se
de um excelente aluno e por isso almejava tornar-se “Regente Agrícola”; era a
sua paixão saber tudo sobre plantas, tratar delas, ver, com muito amor, como
elas cresciam, tratar delas quando necessário, respirar o seu perfume, viver ao
ritmo da Natureza…
Era o início do aroma da adolescência… quando,
subitamente, os seus pais decidiram
emigrar.
E o sonho desfez-se…
Chegado ao Pais de acolhimento, o “puto”, (vamos
dizer que se chama João), não se deixou abater pelo rude golpe; continuou a estudar
com afinco, agora já na outra língua, tanto que conseguiu apreciação positiva e
unânime dos seus professores.
Conseguiu emprego num improvável consulado honorário
de Portugal e dai rumou a outras empresas.
Quando menos esperava, foi convidado a
integrar, com 22 anos, o cargo de Adjunto do director de um Banco privado. Mas,
nessa altura, para ser admitido teria de rejeitar a nacionalidade portuguesa.
Recusou, obviamente, porque patriotismo acima
de tudo!
Até que, na empresa multinacional onde
trabalhava, lhe chega uma oferta de emprego num consulado português de
carreira; ganhou o concurso e, cheio de alegria e esperança começou, com 25
anos de idade, uma nova fase da sua vida.
O início de “caloiro” foi muito complicado;
mas com muito trabalho e espírito ganhador, adquirido ao longo de anos difíceis,
foi subindo na sua nova carreira; passou de “secretário de segunda classe” a “Empregado”,
“Chanceler” e, por fim ao topo: “Vice-Cônsul”.
Depois, foi colocado em vários Países e
Postos.
Foi mesmo considerado de “excelente
profissional” segundo rezam as apreciações de cônsules, cônsules-gerais,
embaixadores e ministros.
Mas… acontece que o “Secretario de Segunda,
Empregado, Chanceler, Vice-Cônsul”, nunca teve um feitio maleável; pelo contrário,
sempre defendeu a verdade e os seus colegas, em muitos casos, contra “chefes”
bacocos, barrocos e improváveis.
Dizendo (e escrevendo sempre tudo o que
pensava, e pensa), o desajustado habito palaciano caiu-lhe em cima:
- uma primeira
repreensão escrita…
- depois multa pecuniária elevadíssima…
- E por fim, a sanção
derradeira: “Ou fica com licença sem remuneração ou vai para a reforma
antecipada”… (nos 2 casos perde..parece-nos).
Gosta?
Pois é isto que acontece neste Pais dito
civilizado:
Por isso vai repudiar a nacionalidade
Portuguesa!
Nada mais lhe resta naquele Pais onde os mentirosos, pulhas, vigaros,
artolas, malabaristas e incompetentes vingam...!
Vão para o sitio para onde, por vezes, a avO mandava o seu avô...
Vai divorciar daquele Portugal dos políticos, mas nunca
dos seus compatriotas!!!
Bordeaux, 28 de março de 2016
JoanMira