O velho avião descolou, na parte da tarde do dia de semana, no meio de um ruído de latas indescritível. Depois de ter sobrevoado, muito baixo, a avenida dos Mártires Esquecidos, desviou a rota para oeste, direção ao mar.
Era velho mas oferecia um conforto estranho ; os passageiros eram transportados em rudimentares bancos de baquelite mas usufruíam do conforto proporcionado pelos compartimentos onde apenas se sentavam quatro pessoas frente a frente.
A viagem ia decorrendo sem sobressaltos de maior ; comecei a ficar sonolento e a sentir-me em estado letárgico... comecei a passar pelas brasas... O objetivo de tão bizarra viagem ? Ah, pois, tinha sido transferido para outro posto, desta feita na América Central… Sonhei e sonhei, até que acordei com o entre-chocalhar de latas ; abri a janela e verifiquei que o avião estava prestes a aterrar. Já ? Disseram-me que íamos fazer escala em Strange-Island, pequena ilha do Pacifico.
Aterramos e deparei-me de imediato com um velho amigo sorridente e à minha espera ! Ei rapaz ! Tens de matar quatro horas nesta paragem paradisíaca… Estava à tua espera ; vamos beber um copo ? Claro que sim oh Zé Salta-pocinhas, vamos a isso… E abalamos no seu Ponche, relíquia de 1957...
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12 de setembro de 2018.
JoanMira